domingo, 17 de outubro de 2010

pelo tempo, sem tempo

à sexta-feira inicia-se a luta contra ou pelo tempo. dou por mim demasiadas vezes a lutar contra o tempo, em tão pouco tempo. passam-se dois dias, envolvida nas muitas leituras que não deviam ser tantas e nunca deviam passar a barreira do prazer da leitura. voltar a sentir a véspera da ida ao quadro na primária. era desnecessário. portanto, procuro novamente o equilíbrio entre o prazer da leitura, o tempo que passa e tudo aquilo que queria ter feito e não fiz.

mudei lâmpadas, limpei candeeiros, fui às compras. acordo cedo e começo a trabalhar tarde. acordo cedo e saio de casa tarde. o álbum já não estava no alfarrabista e começo a conhecer de cor os livros expostos na mesa, no meio da estrada, ao sábado de manhã. encontrei café a £1.25, bebi-o sem açucar, pior do que café queimado numa tasca perdida. enquanto o bebia, as asas do saco de plástico que tinha enterradas no braço esquerdo rasgaram-se. apanhei tudo do chão e vim para casa.

não me consegui abstrair da estupidez de uma saída à noite nesta cidade, que me fez lembrar o tempo de erasmus. quatro anos é tempo suficiente para que o mundo seja outro. hoje acordei e trabalhei arduamente. páro agora e pergunto se andarei a controlar e equilibrar bem o meu tempo. a resposta é claro que não.

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