quarta-feira, 13 de outubro de 2010

AGA, o fogão

Ontem fiquei a saber que no ano passado nevou durante um mês inteiro em St Andrews. E soube ainda que a partir de fim de novembro só terei luz do dia entre as nove da manhã e as duas da tarde. Portanto, hoje quando acordei - mais cedo ainda - abri as cortinas o máximo que pude e dei por mim a valorizar a luz, mais do que nunca. Reparei que o termómetro que tenho junta da janela - publicidade ao 'concelho' de Fife - marcava menos que nos dias anteriores. Dez graus dentro de casa era o que o início do dia de hoje ainda oferecia. Quanto ao sol, não o vejo há dois dias.

E estamos prestes a celebrar o Aga cá de casa. É sempre ligado no dia 10 de Outubro, este ano arranca com uns dias de atraso. Mas já está pronto. Até já tenho o 'Aga book' em cima da minha cómoda, por empréstimo, para aprender a cozinhar nele. A partir de hoje parece que teremos melhores sopas, mais calor e roupa seca mais depressa. O senhor que o veio arranjar, depois de ter pedido outro café porque o primeiro tinha um 'fishy taste', perguntou-me se havia cobras em Portugal. Como achei estranha a pergunta, respondi de duas formas: disse-lhe que havia cobras, mas que não as comíamos. Ele olhou para mim, com uns enormes olhos azuis, cerradíssimo sotaque escocês, vestindo um fato-macaco (homenagem aos bons e antigos canalizadores/electricistas, embora estes por cá sejam designados de 'engineers') . "Que tipos de cobras têm vocês em Portugal?". Poderia ter respondido indirectamente, voltando a clarificá-lo sobre a minha área de estudo estar significativamente distante da biologia, que muito admiro. Mas decidi dizer-lhe que temos variadíssimos tipos de cobras, em diferentes zonas do país. Lamento ter inventado a resposta, mas não me pareceu que a conversa estivesse a levar o rumo suficientemente sério. "No campo há cobras venenosas?". Não aguentei e disse que sim. "Em zonas remotas", acrescentei.

Outro pormenor que tento desvendar de dia para a dia: a loucura dos corvos nesta cidade. Com incríveis guinchos, apoderam-se de qualquer resto de comida que haja no chão, ou no meio das gigantes pedras que compõem a estrada. Nunca lhes vejo os olhos e já percebi que se juntam a outros passarões junto da praia em cima de umas rochas e, sem tirarem as patas das rochas, abrem as duas asas e refrescam-se ao vento. Depois imagino que regressem ao centro da cidade.

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AGA (versão da Wikipedia):

The AGA cooker is a stored-heat stove and cooker invented in 1929 by the Nobel-Prize-winning Swedish physicist Gustaf Dalén (1869–1937), who was employed first as the chief engineer of the Swedish AGA company. The cookers are today manufactured by the Aga Rangemaster Group. Aga (pronounced /ˈɑːɡə/) is an abbreviation of the company name, Aktiebolaget Gasaccumulator. In 1912 Gustaf Dalen lost his sight in an explosion while developing his earlier invention. Forced to stay at home, Dalen discovered that his wife was exhausted by cooking. Although blind, he set out to develop a new stove that was capable of a range of culinary techniques and easy to use. Adopting the principle of heat storage, he combined a heat source, two large hotplates and two ovens into one unit: the AGA Cooker. The cooker was introduced to England and its popularity in certain parts of English society (owners of medium to large country houses) led to the coining of the term "AGA Saga" in the 1990s, referring to a genre of fiction set amongst stereotyical upper-middle class society. Aga cookers can also make a contribution to space heating, although it is not true that they can heat an entire house.


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