Desci para almoçar. Tenho sempre de fazer um esforço para saber o que poderei comer, mas não me falta escolha. Achei interessante que a expressão 'comida para um batalhão' tenha equivalente em inglês: foi assim que a dona da casa caracterizou a minha preenchida prateleira no frigorífico. Numa só prateleira, consigo ter absolutamente tudo, meticulosamente arrumado para não ter de extravasar para fora do meu espaço.
Enquanto almoçava, via da janela da cozinha a quantidade de maçãs ainda penduradas na árvore. Acabei por prometer à senhora que, no fim-de-semana, tratava disso (duas semanas a apanhar pêra sob um sol escaldante em Torres Vedras servem para muita coisa). É que a macieira é demasiadamente alta e há belíssimas maçãs vermelhas bem lá no cimo. "Delicious", segundo me garantiu. Ficou assim combinado que, quando não estiver a chover, subo o escadote e vou lá acima buscá-las. E até aplico algumas numa tarte, quem sabe.
E a verdade é que, nos últimos dois dias, tenho vindo a seguir o percurso da minha roupa quente desde Lisboa. Era suposto que chegasse hoje, mas desde quarta-feira que o percurso da minha roupa tinha encalhado em Coventry. Visitei o site dos CTT Expresso várias vezes, acompanhado a viagem dos dois caixotes, e continuavam parados. Mesmo assim, sempre que ouvia o carrinho do carteiro entalar-se nas pedras aqui mesmo na rua, lá levantava o rabo da cadeira e espreitava à janela. Nunca era para aqui.
Até que, enquanto comia uma laranja, tocaram à porta. Por momentos, pensei: é desta! Consegui ouvir: "two boxes for Riquol". Era eu! E eram as minhas caixas, finalmente desencalhadas de Coventry. Não me controlei e soltei um "my boxes!", levando a dona da casa a dar-me um abraço no meio da sala, no que eu tentava que fosse um rápido caminho até à porta, onde até então ainda estava o carteiro encharcado. Enquanto respondia ao abraço, tive tempo para pousar os pés numa enorme tampa de plástico, deixada no chão, desejando apenas chegar à porta.
Agora, sim, vou abri-las.
E sentir um pedacinho da minha casa aqui.
Enquanto almoçava, via da janela da cozinha a quantidade de maçãs ainda penduradas na árvore. Acabei por prometer à senhora que, no fim-de-semana, tratava disso (duas semanas a apanhar pêra sob um sol escaldante em Torres Vedras servem para muita coisa). É que a macieira é demasiadamente alta e há belíssimas maçãs vermelhas bem lá no cimo. "Delicious", segundo me garantiu. Ficou assim combinado que, quando não estiver a chover, subo o escadote e vou lá acima buscá-las. E até aplico algumas numa tarte, quem sabe.
E a verdade é que, nos últimos dois dias, tenho vindo a seguir o percurso da minha roupa quente desde Lisboa. Era suposto que chegasse hoje, mas desde quarta-feira que o percurso da minha roupa tinha encalhado em Coventry. Visitei o site dos CTT Expresso várias vezes, acompanhado a viagem dos dois caixotes, e continuavam parados. Mesmo assim, sempre que ouvia o carrinho do carteiro entalar-se nas pedras aqui mesmo na rua, lá levantava o rabo da cadeira e espreitava à janela. Nunca era para aqui.
Até que, enquanto comia uma laranja, tocaram à porta. Por momentos, pensei: é desta! Consegui ouvir: "two boxes for Riquol". Era eu! E eram as minhas caixas, finalmente desencalhadas de Coventry. Não me controlei e soltei um "my boxes!", levando a dona da casa a dar-me um abraço no meio da sala, no que eu tentava que fosse um rápido caminho até à porta, onde até então ainda estava o carteiro encharcado. Enquanto respondia ao abraço, tive tempo para pousar os pés numa enorme tampa de plástico, deixada no chão, desejando apenas chegar à porta.
Agora, sim, vou abri-las.
E sentir um pedacinho da minha casa aqui.
Sem comentários:
Enviar um comentário