Existem, portanto, três ruas principais nesta cidade: South Street, Market Street e North Street. Pequenas ruas ligam as três principais, assim como pequenos atalhos que vou explorando à medida que conheço as ruas. Há cinco dias precisava de sete minutos para chegar à faculdade e agora já só preciso de quatro: descobri um atalho.
Para lá das três principais ruas, há uma outra, rente à costa. É onde está o Castelo de St Andrews - atracção turística - assim como alguns outros antigos edifícios. Como de manhã até estava sol - o tempo aqui muda de um segundo para o outro - antes das onze já estava na feira do livro, organizada pela Microfinance Society. Acontece que ainda nem tinha aberto, ou não haja em mim uma certa desorientação com as horas. Tive o tempo certo para percorrer as três ruas, conhecer a praia, passar pelo British Golf Museum, visitar o MUSA (Museum of the University St Andrews), passar por dois bouquinistes, antes de regressar à feira do livro.
Tive a sorte de encontrar um dos livros de uma das minhas cadeiras: Conflict and Development, por £11. Talvez venha a chegar à triste conclusão de que não foi uma pechincha, mas já fico contente em saber que o comprei por menos do que compraria numa livraria.
Como não podia deixar de ser, passei pelo supermercado. Já lá tinha ido deixar o cesto das compras com rodinhas que a dona da casa tinha trazido de manhã e que me pediu que fosse devolver. Fui comprar os cereais da senhora e aproveitei para alargar a minha própria oferta de refeições para os próximos dias. Chegada a casa, e visto ainda estar sol, saí pela primeira vez para conhecer o pequeno jardim.
Nuns nove metros quadrados, cabe um enorme conforto. Num cantinho uma pequena queda de água, posta a funcionar num interruptor dentro de casa. Senti-me de regresso aos tempos em que me encantava com as histórias e descrições da minha avó, sobre cada pormenor do jardim. Vários tipos de menta, rosmaninho (adoravelmente, Rosemary), oregãos e outras ervas, em pequenos tufos, espalhados pelos canteiros. Os muros do jardim estão como que forrados por trepadeiras e no topo de um dos muros, que terão uns dois metros de altura, está um galo de ferro com uma rosa-dos-ventos. Era dia para apanhar as maçãs. Com algum esforço, e algum receio, trepei até ao quinto degrau de um escadote, apoiada numa vassoura. Com os pés do escadote mal enterrados na terra - sempre molhada - previ que a queda pudesse ser terrível visto não haver nada, para além da vassoura, onde me pudesse apoiar. Nem um ramo à mão. Correu bem e lá estão as dez maçãs, algumas delas ainda com folhas, numa grande taça de metal com buracos, esperando que toda a água escorra.
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