Queria comprar alguma coisa barata, algo suficientemente especial para o qual pudesse um dia mais tarde olhar e lembrar-me desta viagem. Entrei numa minúscula loja em Sarajevo, com duas mesas à porta repletas de pulseiras, espelhos, caixas de cigarros, brincos. As mesmas coisas em quase todas as lojas. Resolvi entrar. Um casal novo ocupava a única mesa baixa dentro da loja, como se fosse um espaço para crianças de tão baixas e pequenas que eram as cadeiras. Uma miudinha loura pintava desenhos sentada ao colo do pai. A loja tinha várias prateleiras de vidro, preenchidas com mais colares, caixas, pulseiras. No meio de uma das primeiras prateleiras para onde olhei, vi aquilo que viria a ser a melhor e quase única compra durante os onze dias de viagem. Uma caixinha quadrada, com pouco mais de um centímetro de lado. Baixinha, de metal, toda trabalhada e na tampa uma pedrinha branca. Não hesitei e trouxe-a. Custou-me três marcos, algo com um euro e meio. Embrulharam-na num saquinho azul, brilhante, igualmente pequeno. E para que não se estragasse enfiei o saquinho no meu porta-moedas. A minha caixinha - para a qual olhei várias vezes durante a viagem – foi motivo de discussão sobre como as mulheres gostam das coisas que menos utilidade têm. Fui questionada por todos os membros masculinos da turma sobre o que é que eu tencionava pôr lá dentro. Até que alguém me ajudou a provar que cabem perfeitamente uns dez brincos dos pequeninos. Foi a compra que mais feliz me fez nos últimos tempos. E já expliquei que, para mim, tem carácter suficiente para ser peça central e única da decoração de uma grande mesa.
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