Como uma espécie de despedida deste país, desloquei-me pela sétima vez desde Abril à Segurança Social. Desde então que tentava fazer o meu enquadramento, de maneira a conseguir uma redução da taxa a pagar, visto que aquilo que ganhei em 2009 não foi assim tanto... Numa das seis vezes em que lá fui, consegui ser atendida. Depois de umas tantas horas de espera, talvez quatro, entrei num dos oito gabinetes. Só esse e outro estavam a funcionar. Rapidamente, e para não sair do habitual, a senhora explicou-me que me faltava um papel, que deveria trazer preenchido da próxima vez que voltasse. Voltei várias vezes e nunca consegui sequer ter uma senha. Fossem 9h30 ou 11h30, o fazedor de senhas tinha já um papel anunciando 'senhas esgotadas para este dia'. Consegui, à sexta tentativa, que o segurança me explicasse que as senhas esgotavam em quinze minutos, depois da abertura das portas, às nove da manhã.
Na minha última semana em Lisboa, e depois de todos os bons momentos passados, percebi que tinha de sentir a realidade. Às 8h20 de terça-feira estava na fila à porta. Quarenta minutos depois, entrava e tirava a senha quarenta e três. A senha número um ficou para um senhor que estaria lá, por certo, antes das seis e meia. Às 11h da manhã, duas horas depois de ter aberto, ia na senha doze.
Por vezes, sentei-me nas poucas cadeiras da sala de espera. Prineiro, alguns bancos tinham desaparecido e estavam agora substituídos por cartões, para o caso de alguém em desespero decidir sentar-se num cartão e não num banco. Segundo, o segurança veio distribuir seis revistas. Para completar as mensagens que passavam numa televisão pendurada numa parede, sobre abono de família, as revistas distribuídas tinham o título: 'A nossa gravidez'. Terceiro, a espera revelou-se útil para uma das senhoras que esteve sentada ao meu lado, visto que tricotou uma camisola de lã da barriga até aos ombros. Quarto, todas as pessoas traziam bebés, mesmo que não fosse estritamente necessário, visto que isso lhes garantia uma senha prioritária. Entre bebés, grávidas e pessoas acima dos 65 anos (a maior parte delas), poucos eram os que ficavam sem senha prioritária. Eu era, infelizmente neste caso, uma delas.
Quando fui atendida, deopis de esperar sete horas, percebi que do curto ordenado mensal passarei a ter de dar trinta por cento à segurança social. Isto, depois de uma tremenda espera em que se pondera cada decisão tomada, revela-se facilmente a ruína de um dia.
Na minha última semana em Lisboa, e depois de todos os bons momentos passados, percebi que tinha de sentir a realidade. Às 8h20 de terça-feira estava na fila à porta. Quarenta minutos depois, entrava e tirava a senha quarenta e três. A senha número um ficou para um senhor que estaria lá, por certo, antes das seis e meia. Às 11h da manhã, duas horas depois de ter aberto, ia na senha doze.
Por vezes, sentei-me nas poucas cadeiras da sala de espera. Prineiro, alguns bancos tinham desaparecido e estavam agora substituídos por cartões, para o caso de alguém em desespero decidir sentar-se num cartão e não num banco. Segundo, o segurança veio distribuir seis revistas. Para completar as mensagens que passavam numa televisão pendurada numa parede, sobre abono de família, as revistas distribuídas tinham o título: 'A nossa gravidez'. Terceiro, a espera revelou-se útil para uma das senhoras que esteve sentada ao meu lado, visto que tricotou uma camisola de lã da barriga até aos ombros. Quarto, todas as pessoas traziam bebés, mesmo que não fosse estritamente necessário, visto que isso lhes garantia uma senha prioritária. Entre bebés, grávidas e pessoas acima dos 65 anos (a maior parte delas), poucos eram os que ficavam sem senha prioritária. Eu era, infelizmente neste caso, uma delas.
Quando fui atendida, deopis de esperar sete horas, percebi que do curto ordenado mensal passarei a ter de dar trinta por cento à segurança social. Isto, depois de uma tremenda espera em que se pondera cada decisão tomada, revela-se facilmente a ruína de um dia.
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