quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Quando digo que os corvos nesta cidade são animais perigosos, refiro-me ao facto de ter de ser eu a desviar o meu caminho porque eles não se movem nas ruas. Sobretudo quando estão a meio de uma qualquer refeição. Só não esperava ver um corvo a levar com ele a caixa de plástico que estava no jardim, para dar água aos pássaros. Não tive tempo suficiente para fotografar o acontecimento, mas ele chafurdou na neve do jardim primeiro, fez uma pausa no telhado antes de desaparecer a voar com a caixa (com cerca de um palmo de largura).

Ainda hoje tinha olhado para a caixa, já sem água, quando saí de manhã para o jardim, cumprindo a promessa que fiz de alimentar os pássaros. Com os meus chinelos, cometi o erro de enfrentar o tapete de neve e afundá-los nos vinte passos que dei, ida e volta, até ao ramo onde está pendurado o objecto preferido dos pássaros. Um bonito tubo de vidro, com duas saídas em baixo, e com dois pequenos espaços onde eles podem pousar, enquanto se deliciam. Apercebi-me de que as pontas dos meus dedos gelaram, num curto intervalo de tempo, deixando de os sentir. Abandonei o jardim e só depois me apercebi que estão -3C em St Andrews (e -10C em Edimburgo) e que o frio desta noite tornou o azeite que tinha numa garrafa, dentro do armário da cozinha, numa espécie de geleia.

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