Ponho-me na faculdade em 4 minutos. Tenho sempre de reflectir, antes de abrir e fechar as portas da casa. Há determinadas regras, muito concretas, e tenho de olhar para as chaves para as reconhecer visualmente e associá-las às indicações que me foram dadas. Fechada a porta, arranco em passos apressados. Isto porque estar a 4 minutos da faculdade faz-me sair de casa em cima da hora. Apresso os passos o mais que posso, mas andar de botas de esquimó não é fácil (nunca pensei ver-me a usar isto onde quer que fosse, mas o frio é muito). Levantar um pé a seguir ao outro e com alguma velocidade torna-se tarefa complicada. Mas aí vou eu, lutando contra os paralelepípedos de pedra, desengonçados eles e eu. Pior ainda, estão a compor as canalizações aqui, portanto há zonas em que temos de esperar para deixar passar um pequeno guindaste, muito pequeno, que está a atravessar a estrada. A meio do caminho - que não é muito longo - começo a dar conta de um desvio da bota direita. Ou seja, aparentemente o pé manteve-se direito e a bota começou a desviar-se para a esquerda. Dou conta que tenho o pé perdido dentro da bota, mas não páro de andar. Concluo pela primeira vez que, das duas uma, ou tenho um pé torto ou a bota comprada em Portugal (à qual a vendedora se referiu como "estas botas vão vender que nem luvas") estará mal feita. Sigo o meu caminho e, pela primeira vez, em muito tempo, consigo sentir-me incomodada pelo tamanho calor dos meus pés. Há que adequar melhor o vestuário neste sítio.
1 comentário:
Não dá mesmo para ignorares o tal desvio?... É que parecem ser tão quentinhas!!! ;-)
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