sábado, 16 de abril de 2011

'Fui ver'

Pelo barcos de papel, os desenhos de contornos das mãos, as aguarelas e lápis de cor, as primeiras letras, os livros, as histórias, o jardim e os pássaros que respondem aos assobios, a paciência, a mousse de chocolate, os álbuns, os cantinhos para segurar as fotografias, os versos sabidos de cor. Por tudo isso que este ano descobri continuar a fazer inteiramente parte de mim.

[...]
Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento, com certeza.
Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria...
Há quanto tempo a não via!
E que saudade, Deus meu!
[...]
Augusto Gil, Luar de Janeiro, 1909


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